HISTÓRIA
Virgulino nasceu no dia 04 de junho de 1898, no Sítio Passagem das Pedras, na Serra Vermelha, atual Serra Talhada, no estado de Pernambuco. Seus pais eram José Ferreira e Maria Sulena da Purificação e ele era o terceiro filho do casal.
Ele foi batizado aos três meses de nascido, na capela do povoado de São Francisco, sendo seus padrinhos os avós maternos: Manuel Pedro Lopes e D. Maria Jacosa Vieira. A cerimônia foi oficiada por Padre Quincas, que profetizou:
- "Virgulino - explicou o padre - vem de vírgula, quer dizer, pausa, parada." E arregalando os olhos: - "Quem sabe, o sertão inteiro e talvez o mundo vão parar de admiração por ele".
O bando do mais temido dos cangaceiros, entrava cantando nas cidades e vilarejos. Com chapelões em forma de meia lua ricamente ornamentados com moedas de ouro e prata e roupas de couro, os bandidos chegavam a pé e pediam dinheiro, comida e apoio. Se a população negasse, a cantiga cedia lugar à marcha fúnebre: crianças eram seqüestradas, mulheres violentadas e homens, rasgados a punhal. Mas, caso os pedidos fossem atendidos, Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, organizava um baile e distribuía esmolas.
Na manhã seguinte, antes que os soldados da volante viessem, o bando partia em fila indiana, todos pisando na mesma pegada. O último ia de costas, apagando o rastro com uma folhagem.
Foi assim por quase três décadas. Vagando por sete Estados, Virgulino semeava terror e morte no sertão. O fracasso das operações preparadas para capturá-lo e as recompensas oferecidas a quem o matasse só aumentaram a sua fama. Admirado pela sua valentia, o facínora acabou convertido em herói. Em 1931, o jornal New York Times chegou a apresentá-lo como um ROBIN HOOD DA CAATINGA, que roubava dos ricos para dar aos pobres. O próprio Lampião, era tão vaidoso, a ponto de só usar perfume francês e de distribuir cartões de visita com sua foto. Gostava também, de entrar nos povoados atirando moedas.
Fisicamente, Lampião era um homem de 1,70 m de altura, amulatado, corpulento e cego de um olho. Adorava adornar seus dedos com anéis e usava no pescoço lenços de cores berrantes, preso por valioso anel de doutor em Direito.
Era, porém, um bandido sanguinário. Durante suas andanças, arrancou olhos, cortou línguas, e decepou orelhas. Castrou um homem dizendo que ele precisava engordar. Moças que usassem cabelos ou vestidos curtos ele punia marcando o rosto a ferro quente. Em Bonito de Santa Fé, em 1923, deu início ao estupro coletivo da mulher do delegado. Vinte e cinco homens participaram da violação.
Apesar de suas atrocidades, era religioso e trazia sempre no bornal um rosário e uma imagem de Nossa Senhora da Conceição.
A sua sanha assassina foi despertada em 1915. Virgulino contava com 18 anos quando um coronel inimigo encomendou a morte de seus pais.
- "Vou matar até morrer" - prometeu ele, cheio de ódio e desejo de vingança.
Alistou-se em um bando de cangaceiros e foi logo promovido a líder. Envolveu-se em cerca de 200 combates com as "volantes", que resultaram em um milhar de mortes. As "volantes" eram constituídas de "cabras" ou "capangas" que eram familiarizados com o sertão. Elas acabaram tornando-se mais temidas pela população do que os próprios cangaceiros, pois além de se utilizarem da violência, possuíam o respaldo do governo.
O célebre apelido, recebeu depois de iluminar a noite com tiros de espingarda para que um companheiro achasse um cigarro.
Em Juazeiro 1926, Lampião recebe do Governo a patente de Capitão honorário das forças legais, além de doação de armamento e munição para combater a Coluna Prestes. Vaidosamente, ostentou esta falsa patente até a sua morte.
Existem duas teorias para a morte de Lampião.
Em 1938 ele faz uma incursão ao agreste alagoano e esconde-se a seguir, em sua fortaleza, na Grota de Angico, no município de Porto da Folha, em Sergipe.
A polícia militar alagoana foi informada de seu esconderijo e organizou uma volante comandada pelo Tenente João Bezerra da Silva, juntamente com o Sargento Ancieto Rodrigues, portando metralhadoras portáteis, para caçá-lo.
As 4 horas da madrugada de 28 de julho de 1938, efetuaram a emboscada, que não durou mais de vinte minutos. Aproximadamente 40 cangaceiros conseguiram fugir. Lampião e 10 outros pereceram.
Após o ataque, um soldado aparece segurando pelos cabelos a cabeça cortada de Virgulino. Bezerra quis saber o motivo da macabra exibição.
-"Se não levarmos a cabeça, o povo nunca vai acreditar que liquidamos Lampião", respondeu o soldado.
Onze cangaceiros tiveram suas cabeças cortadas. Maria Bonita foi degolada ainda viva.
Morre Lampião, mas eterniza-se seu mito. Sucumbiu com ele o cangaço.
Uma semana depois do massacre de Angicos, o Corisco, o "Diabo Louro", que havia se separado de Lampião, constituindo um bando à parte, desfechou ataques fulminantes sobre cidades à margem do
rio São Francisco como vingança pela morte de seu amigo. Enviou algumas cabeças cortadas ao prefeito do povoado de Piranhas, com um bilhete: "Se o negócio é de cabeças, vou mandar em quantidade".
LUIZ GONZAGA O REI DO BAIÃO
HISTÓRIAPensando nisso compôs dois chamegos: "Pés de Serra" e "Vira e Mexe". Sabendo que o rádio era o melhor vínculo de divulgação musical daquela época (corria o ano de 1941) resolveu participar do concurso de calouros de Ary Barroso onde solou sua música “ Vira e Mexe” e ganhou o primeiro prêmio. Isso abriu caminho para que pudesse vir a ser contratado pela emissora Nacional.
No decorrer destes vários anos, Luiz Gonzaga foi simbolizando o que melhor se tem da música nordestina. Ele foi o primeiro músico assumir a nordestinidade representada pela a sanfona e pelo chapéu de couro. Cantou as dores e os amores de um povo que ainda não tinha voz.
Nos seus vários anos de carreira nunca perdeu o prestígio, apesar de ter se distanciado do palco várias vezes. Os modismos e os novos ritmos desviaram a atenção do público, mas o velho Lua nunca teve seu brilho diminuído. Quando morreu em 1989 tinha uma carreira consolidada e reconhecida. Ganhou o prêmio Shell de Música Popular em 87 e tocou em Paris em 85. Seu som agreste atravessou barreiras e foi reconhecido e apreciado pelo povo e pela mídia.
Mesmo tocando sanfona, instrumento tão pouco ilustre. Mesmo se vestindo como nordestino típico (como alguns o descreviam: roupas de bandido de Lampião). Talvez por isso tudo tenha chegado onde chegou. Era a representação da alma de um povo...era a alma do nordeste cantando sua história...E ele fez isso com simplicidade e dignidade. A música brasileira só tem que agradecer.
MARÇONARIA
Em 03 de abril de 1971, o irmão Luiz Gonzaga é iniciado na Maçonaria, na A\R\L\S\ "Paranapuan" Nº 1477, do Grande Oriente do Brasil, Or\ da Ilha do Governador, do Rito Moderno" ou "Francês". Elevado ao Grau de Companheiro Maçom, em 14 de dezembro de 19710pt e Exaltado ao Grau de Mestre Maçom, em 05 de dezembro de 1973. Tendo como seu "padrinho" o irmão Florentino Guimarães, membro do quadro da Loja "Paranapuan".
Na Maçonaria dos Altos Graus ou Filosóficas, foi iniciado no Grau 4, em 10pt9 de agosto de 1984. No Sub\ Cap\ "Paranapuan", jurisdicionado ao Supremo Conselho do Brasil para o R\E\A\A\.
A música "Acácia Amarela" nasceu em 1981. O irmão Luiz Gonzaga, achando oportuna uma homenagem musical à Maçonaria, elaborou a letra e o tema musical. O irmão Orlando Silveira deu algumas sugestões e harmonizou a melodia. Concluído o trabalho, a gravação foi feita em 19810pt, e incluída no elenco do CD "Eterno Cantador", da etiqueta "BMG-RCA", com arranjo de "Orlando Silveira e execução vocal de Luiz Gonzaga".
O G\A\D\U\ nos seus desígnios, requisitou o irmão Luiz Gonzaga para uma outra missão.
Sofrendo de Neoplasia Maligna (Câncer de Próstata Metastático?), passou 410pt dias internado no "Hospital Santa Joana", na cidade de Recife. Agravados seus males físicos, viajou para o Oriente Eterno na madrugada de 010pt de agosto de 1989, com 76 anos de idade, em conseqüência de parada cardíaca por pneumonia.
Sob comovente manifestação popular, seu corpo foi velado na cidade do Recife, Capital do Estado de Pernambuco, e transportado inicialmente para a cidade de Juazeiro do Norte, no vizinho Estado do Ceará, onde recebeu as bênçãos do Padre Cícero de quem era muito devoto, e daí para sua cidade natal, em Exu, interior de Pernambuco, onde foi sepultado.