sexta-feira, 16 de outubro de 2009

VEJA A PREFERÊNCIA DOS SELECIONADORES EM RELAÇÃO À APARÊNCIA DOS CANDIDATOS

Entrevistadores preferem homens de cabelos curtos.
No caso das mulheres, pouca maquiagem e cabelos longos.
Apesar de a aparência do candidato na entrevista de emprego não ser o fator determinante na escolha do profissional, ela está entre os itens analisados pelos recrutadores. O visual é ainda mais importante para cargos que lidam diretamente com o público, como recepcionistas e vendedores, de acordo com Glaucia Santos, consultora de recursos humanos da Catho Online, que divulgou a pesquisa “A Contratação, a Demissão e a Carreira dos Executivos Brasileiros 2009”, com a preferência dos recrutadores em relação à aparência dos candidatos.
Entre os tópicos abordados pelo estudo estão itens como traje, corte de cabelo, maquiagem, barba e bigode. Para os homens, a aparência mais votada são cabelos curtos (96,6%), sem barba e sem bigode (91,3%). Para as mulheres, a preferência é por pouca maquiagem (92,6%), calça comprida e blazer (47,6%) e cabelos longos (64,6%). A pesquisa foi realizada entre março e abril de 2009 e ordenou a preferência de 16.207 recrutadores de empresas particulares. Foram ouvidos profissionais de diversas áreas e cargos, como consultores, gerentes, diretores, presidentes e trainees. “A boa apresentação pessoal agregada a um bom currículo acrescenta pontos ao profissional, valorizando-o ainda mais para o selecionador”, diz Glaucia Santos.
De acordo com a consultora, entretanto, a aparência não é levada em conta na mesma proporção da experiência profissional do candidato e o quanto ele pode agregar à empresa - salvo as profissões nas quais a boa aparência é essencial (modelos, por exemplo).
Segundo Glaucia, é fato que estar bem apresentável é valorizado. “Um profissional que não se atenta aos cuidados pessoais com a aparência pode passar uma imagem negativa”, explica.
Ela acredita, entretanto, que dificilmente um candidato com bom currículo que apareça na entrevista com barba e cabelos longos deixe de ser contratado. “Caso a filosofia da empresa não aceite tal aspecto, é mais comum que o selecionador não escolha o candidato”, diz.
A consultora, porém, alerta: “A empresa não pode justificar a não-contratação de um profissional a partir de alguma característica física, uma vez que isso poderá ser visto como discriminatório”.


Homens
Em geral, as cores preferidas dos recrutadores para ternos são o preto, com 43,2% dos votos, e o azul-marinho, com 36,1%. O bege definitivamente não é uma cor agradável para entrevistas aos olhos dos selecionadores, uma vez que recebeu apenas 2,1% das escolhas, segundo a pesquisa.Os ternos pretos fazem mais sucesso ainda, entretanto, entre selecionadores jovens, como trainees e recém-formados - 76,7% dos votos. Recrutadores dos mesmos cargos votaram em segundo lugar para o azul-marinho (13,3%).
Já entre profissionais de cargos mais altos, como gerentes, diretores, vice-presidentes e presidentes, a preferência é pelo azul-marinho. A cor recebeu, respectivamente, 40,4%, 48,9%, 52% e 45,8% dos votos.


Barba, bigode e cabelo
A pesquisa mostra a preferência dos selecionadores por candidatos com o visual leve, ou seja, sem barba e bigode (91,3%) e de cabelo curto (96,6%).
Apenas 3% preferem o uso da barba, 2,2% o uso do bigode e 3,4% o uso da barba e do bigode.
Recrutadores com mais de 55 anos, porém, tendem a ser mais receptivos a candidatos com barba – preferência de 4,7% dos selecionadores entre 56 e 60 anos e de 4,7% dos que têm mais de 60.
O uso só do bigode, de um modo geral, é o menos aprovado entre os selecionadores.
O cabelo comprido é mais bem visto entre vice-presidentes (11,5%), consultores (8,8%) e estagiários (8,8%). Trainees e recém-formados têm preferência de 100% pelo corte curto

Gravata
A ausência do uso da gravata não é vista, de um modo geral (46,2%), como uma influência negativa na aparência dos candidatos, segundo a pesquisa.
Para cargos que paguem no mínimo R$ 3 mil, recrutadoras mulheres tendem a preferir o uso da gravata em relação a recrutadores homens – 37,1% delas acham que a ausência do traje não influencia de forma negativa na aparência do candidato, quando 50,9% dos homens têm a mesma opinião.
Já 23,3% das mulheres acreditam que a falta da gravata influencia negativamente, quando apenas 16,6% dos homens pensam da mesma forma.
No passar dos anos, a ausência da gravata vem sendo menos reprovada - em 2005, 38,6% dos recrutadores acreditavam que a falta do acessório não influenciava e, em 2007, 42,4%.

Mulheres
O uso de tailleur (conjunto de saia e blusa da mesma estampa) - 33,5% de preferência em geral - vem perdendo força com o passar dos anos. Em 2002, o traje recebeu a preferência de 71,3% entre os homens e de 74,5% entre as mulheres. A parcela foi caindo até chegar ao índice de 38,5% entre homens e de 23,7% entre as mulheres em 2009.
De acordo com a pesquisa, o modelo perdeu espaço para a combinação de calça comprida com blazer, que recebeu preferência de 3,9% entre os homens e de 4,9% entre as mulheres em 2002 e, em 2009, de 40,9% e 60,7%, respectivamente. Segundo a Catho Online, o valor vem mudando devido ao maior número de entrevistadores do sexo feminino, que preferem a calça comprida e o blazer.

Maquiagem e corte de cabelo
De uma forma geral, o uso de maquiagem leve é a preferência dos entrevistadores (91,7%). Os recrutadores homens, entretanto, tendem a preferir a ausência de maquiagem (6,9%) em relação às mulheres (4%). A ausência de maquiagem, porém, já foi mais bem vista em anos anteriores. Em 2002, por exemplo, 25% dos homens e 18,6% das mulheres tinham preferência pela opção.
A pesquisa revelou que os cabelos longos são os preferidos entre os selecionadores (64,6%), mas os homens preferem mais o tipo de corte (67,6%) do que as mulheres (58,7%).
Quanto mais jovem é o recrutador, maior é a preferência por cabelos longos. Entre os selecionadores com menos de 25 anos, 75,8% preferem o corte. Os índices alcançam equilíbrio na faixa dos 46 a 50 anos – 48,2 para os cabelos longos contra 51,8% para os curtos – e a situação é invertida a partir de acima de 50 anos. Entre os recrutadores com mais de 60 anos, 69,9% preferem os curtos.

Gabriela Gasparin e Marta Cavallini
Do G1, em São Paulo